Eu quase esqueci que sou publicitária
Quando eu estava no primeiro ano do ensino médio e comecei a pensar em vestibular, uma amiga falou: “minha irmã faz Publicidade”. Aquela frase acendeu uma luz na minha cabeça. Eu descobri que Publicidade era o curso que eu procurava, a palavra que nomeava o meu desejo de ser uma garota da comunicação com um trabalho criativo em um escritório moderninho.
Eu até brinco que sou o único ser humano que sonhava em fazer Publicidade desde os 14 anos, e não alguém que caiu de paraquedas no curso só para não fazer nada relacionado a cálculos.
Na faculdade, eu tirava as melhores notas, me empolgava em todos os trabalhos, os professores sabiam o meu nome e os outros alunos me achavam a nerdinha que fala em toda aula. Já no primeiro semestre, saí procurando estágio e comecei estagiar na agência experimental da própria faculdade.
A agência experimental envolvia os cursos de Publicidade e Jornalismo, e usávamos toda a estrutura de rádio e TV. Criamos cartazes, produzimos o jornal da faculdade, a comunicação para eventos e até inventamos um programa de clipes que EU APRESENTEI. SIM, EU FUI UMA VJ! Graças ao bom Jesus, isso aconteceu em 2010 e nada foi para o YouTube. Esses DVDs devem estar em algum lixão, se decompondo pelos próximos 200 anos.
Com a visibilidade que ganhei na agência da faculdade, consegui um estágio na agência de um dos meus professores. Fui na raça, aprendendo a mexer no Pacote Adobe ao fuçar os arquivos dos diretores de arte mais experientes.
Cinco anos em agência me ensinaram tudo. Atendi clientes nacionais gigantes, apresentei campanhas para diretores e aprendi como funcionava, de ponta a ponta, um trabalho de comunicação 360°. Fiz roteiros para TV e rádio. Ganhei até um prêmio de melhor anúncio em jornal impresso! Ajudei a distribuir orçamentos na casa dos milhões. Formei meu caráter como profissional ali. Foi meu mestrado e doutorado, tudo na prática. A agência não era muito organizada, mas era extremamente criativa: sobrevivia quem se virava. E eu me virei tanto que nem sei hahaha
Só que, depois de cinco anos como CLT, eu já estava bem cansada daquele lifestyle e hiperfocada em um termo novo: nômade digital. Assim como a palavra "publicidade" acendeu uma luz aos 14 anos, "nômade digital" fez o mesmo aos 25. Era disso que eu precisava.
Viajei para outro país na minha própria versão de "Comer, Rezar, Amar". Quando voltei, não tinha mais dúvidas: a vida precisava ser muito mais. Pedi demissão e me mudei de cidade. Até hoje me perguntam por quê. Porque eu quis. Não é suficiente?
Para surfar uma demanda do mercado que se desenhava na época, posicionei-me como designer e comecei a prestar serviços. Conheci pessoas e marcas incríveis, ajudei a desenhar muitos negócios, contribuí com vários times e, por muito tempo, isso me fez (muito) feliz.
(Vale dizer que a fase nômade foi um breve período. Hoje eu amo ter minha casa e cuidar das minhas plantas e dos meus gatos.)
Construí uma rotina confortável para mim. Podia escolher com quem trabalhava e quais projetos aceitar. E tudo isso sem a ajuda de ninguém ou um plano B. Sem mesada do pai, sem apoio de marido. Apenas eu, minha coragem e um sonho. 100% independente, como sempre desejei ser.
Até que um novo incômodo começou a surgir. Percebi que as pessoas me associavam imediatamente ao visual, ao estético, ao design, à criação de logos. Mas eu estava deixando possibilidades para trás, estava deixando de construir laços mais profundos e de entregar para os meus clientes uma bagagem de conhecimento que não fazia sentido guardar só para mim.
E o pior: eu mesma me restringi. Eu mesma me posicionei de uma maneira que fosse lembrada “apenas” como designer. Chegam a me perguntar qual curso de Design eu fiz, mas não fiz nenhum. Eu sou publicitária, lembra?
Agora, talvez por conta do segundo retorno de Saturno (dizem que acontece aos 36), reestruturei todos os meus serviços para preencher esse desejo de voltar a acreditar em algo. De pensar em uma marca do começo ao fim, com toda a beleza do meio. De ter relações profissionais duradouras, de chegar para ficar. De contribuir muito mais. Aliás, de construir juntas.
Eu sempre vou defender a importância do design e do visual — para mim, nunca será “só estética” —, mas, agora, quero que você veja isso como uma das possibilidades de trabalharmos juntos, e não como a única.
Eu cresci e quero que você cresça comigo. Agora somos:
UNIVERSO VISUAL E VERBAL
Naming
Criação de marca
Identidade verbal
Definição de storytelling
Embalagens
ESTRATÉGIA DE CAMPANHAS
Direção criativa
Conceito visual
Shooting
MARKETING DIGITAL
Desenvolvimento de sites
Desenvolvimento de E-commerce
Diretrizes para redes sociais
Gestão para redes sociais
Bora ter coragem, juntas?